
Ela começou no palco ainda criança, brilhou nas novelas do SBT, tocou corações com sua vulnerabilidade nas redes e surpreendeu o público ao encarar o desafio de um reality show.
Aos 21 anos, Julia Simoura é um furacão criativo que não para – atriz, baterista, influenciadora e, agora, também estudante de Direito e Publicidade.
Nesta entrevista exclusiva, Julia fala sobre sua trajetória, as dores que enfrentou, os bastidores de “A Fazenda” e o que vem por aí na sua carreira.

01: Você começou no teatro aos 7 anos e, pouco depois, já estava em “Chiquititas” e “Cúmplices de um Resgate”. O que mais te marcou nesse início precoce na televisão?
Começar tão cedo foi uma mistura de sonho e desafio. O que mais me marcou nesse início foi a intensidade com que tudo aconteceu. De uma hora pra outra, eu saí do teatro, onde tudo era mais lúdico e íntimo, e fui jogada em um universo enorme, com câmeras, equipe, horários rígidos e muita expectativa. Entrar na televisão tão jovem me trouxe muita disciplina e aprendizado prático desde o começo. Vivi experiências que moldaram quem eu sou hoje, não só como atriz, mas como pessoa. Fiz amizades que carrego no coração, aprendi a lidar com críticas muito nova, e também aprendi que existe beleza na vulnerabilidade. E é isso que eu levo pra tudo o que faço desde então.

02: Hoje, além de atriz, você é cantora, baterista, modelo e influenciadora. Como você lida com tantas frentes criativas ao mesmo tempo?
Eu adoro essa diversidade! Cada uma dessas frentes me permite expressar uma parte diferente de quem eu sou. Claro que às vezes é um desafio organizar tudo, mas é o amor pelo que faço que me mantém motivada e com energia pra seguir em frente.

03: A música parece ser uma paixão forte pra você, né? A bateria é um instrumento bem fora do comum entre atrizes. Como ela entrou na sua vida?
A bateria entrou na minha vida em 2019, quando recebi um convite pra ser vocalista e baterista de uma banda. Topei na hora, mesmo sem ter experiência com o instrumento, e encarei três meses de aulas intensas pra me profissionalizar. Desde então, a bateria virou uma paixão. Amo o desafio, a energia, e principalmente quebrar esse estereótipo de que bateria não é instrumento pra mulher. É sim, e é poderoso!

04: Nas redes sociais, você se conecta com milhões de seguidores. Como é equilibrar sua autenticidade com a pressão de se manter “presente” o tempo todo?
É um desafio, sim. Existe uma pressão constante pra estar sempre presente, produzindo, postando, acompanhando tudo. Mas eu entendi que autenticidade não é sobre estar online o tempo todo, é sobre estar inteira quando eu escolho aparecer. Eu encaro as redes como parte do meu trabalho, claro, mas também como um espaço de expressão. E não dá pra ser 100% sempre, e tudo bem. Meu público sente quando eu tô sendo verdadeira, então eu tento me permitir ser humana: com dias bons, outros nem tanto, mas sempre real. Pra mim, o que importa é criar conexão, e não perfeição.

05: Recentemente você começou a cursar Direito e também Publicidade. O que te motivou a entrar nesse novo universo, mesmo com uma carreira artística já consolidada?
Eu sempre fui muito curiosa e apaixonada por conhecimento. Mesmo já tendo uma carreira artística, sentia vontade de expandir meus horizontes e me desafiar em outras áreas que também me encantam. O Direito me atrai pela lógica, pela busca por justiça e pela maneira como forma o nosso mundo, e a Publicidade, pela criatividade, pela comunicação e por tudo que tem a ver com o que eu já vivo nas redes. São caminhos diferentes, mas que, de alguma forma, se conectam com quem eu sou. Eu acredito que a gente pode ser muita coisa ao mesmo tempo, e tudo isso só soma na minha jornada.

06: Você compartilhou nas redes um momento difícil: a perda do seu pai. Como isso impactou sua forma de ver a vida e seus projetos daqui pra frente?
A perda do meu pai foi, sem dúvida, o momento mais difícil da minha vida. Ele era meu melhor amigo, meu maior parceiro, meu guia em tudo, na vida e na carreira. A gente tinha uma conexão muito forte e profunda, então esse vazio nunca vai ser preenchido. Mas, ao mesmo tempo, isso transformou a minha forma de enxergar a vida. Eu passei a valorizar mais o presente, a priorizar o que realmente importa, e a querer fazer tudo com mais verdade e propósito. Hoje, cada passo que eu dou carrega um pouco dele. Tudo que eu construo daqui pra frente é também uma forma de continuar a história que a vivemos juntos e honrar tudo o que ele me ensinou.

07: Após esse período, o que te deu forças para voltar aos holofotes e topar desafios como o reality “A Fazenda”?
Foi um processo muito interno. Depois da perda do meu pai, eu precisei de um tempo pra me reconectar comigo mesma. A dor era (e ainda é) muito grande, mas, com o tempo, entendi que ele sempre acreditou muito em mim, mais até do que eu mesma em alguns momentos. Voltar pros holofotes e topar algo tão desafiador como A Fazenda foi a forma que encontrei de me reerguer e honrar tudo o que ele sonhou comigo. Ele sempre dizia pra eu nunca parar. E foi isso que me deu forças: saber que, de onde estiver, ele continua me guiando.

08: Falando em “A Fazenda”, como foi pra você sair de um ambiente controlado como a TV para um reality onde tudo é exposto 24h por dia?
Foi uma virada total. Na TV, eu sempre estive em ambientes controlados: com roteiro, direção, tudo pensado. E em A Fazenda não tem nada disso. São câmeras 24 horas por dia, mostrando quem você é de verdade, sem edição, sem filtro. No começo foi um choque, claro. Eu tava acostumada com câmeras, mas não com elas me seguindo o tempo todo (risos). Mas foi justamente esse desafio que me fez topar. Eu queria sair da minha zona de conforto, me reencontrar, e mostrar quem eu sou além dos personagens. Me assustava? Muito. Mas também me empolgava. Viver aquilo foi intenso, difícil, mas extremamente real. E me ensinou muito sobre mim, sobre força, vulnerabilidade e o valor de ser autêntica, mesmo quando tudo está exposto.

09: O que mais te surpreendeu – pra melhor e pra pior – durante sua experiência no programa?
O que mais me surpreendeu para melhor foi perceber a minha própria capacidade de adaptação e resiliência. Mesmo em um ambiente totalmente diferente do que eu estava acostumada, consegui me manter fiel a mim mesma e aprender muito no processo. Foi incrível ver como consegui crescer, mesmo em meio à pressão. Para pior, confesso que foi difícil lidar com a exposição constante e algumas dinâmicas que acabam criando conflitos desnecessários. Às vezes, o ambiente pode ficar pesado, e nem sempre é fácil manter a cabeça fria. Mas no fim, acredito que tudo isso faz parte do aprendizado e do crescimento pessoal.

10: Com tanta bagagem e só 21 anos, quais são os próximos passos da Julia Simoura? Já tem algum projeto vindo aí que possa dar um spoiler?
Olha, eu sinto que ainda estou no começo de uma caminhada muito grande, mesmo com tudo que já vivi até aqui. Tenho muita vontade de continuar crescendo, como atriz, cantora, influenciadora e pessoa. Estou focada em projetos que unam tudo isso e me permitam mostrar cada vez mais quem eu sou de verdade. E spoiler? Tem coisa boa chegando sim! Estou trabalhando em algumas parcerias incríveis e preparando vários conteúdos. Só posso adiantar que vem muita novidade que tem tudo a ver com autenticidade, arte e lifestyle, do jeitinho que eu amo.

Julia Simoura é, definitivamente, um talento que não para de evoluir. Entre aplausos, baquetas, câmeras e provas de resistência, ela mostra que não há limite para quem acredita em si mesmo – e tem coragem de recomeçar quantas vezes for preciso.


Créditos:
Capa: Julia Simoura
Foto: Daniel Pinheiro
Assessoria de Imprensa: CM Assessoria
Beleza: Rafaella Vitória
Looks: Be You